Os 11 tipos de vilão

Todo escritor já se deparou com aquela sensação de que algo está faltando no seu vilão. Você tem a história e os personagens principais, só que o seu vilão não parece bom ou mau o suficiente. Mas, afinal, o que faz um vilão realmente ser marcante? Já adianto que não é só maldade, é algo a mais. É o que o motiva a agir daquela forma. Então, vamos mergulhar em 11 diferentes tipos de vilões que podem não só desafiar o seu herói, mas também prender a atenção dos leitores do começo ao fim da sua história. E se você já passou horas tentando criar o adversário perfeito e não conseguiu, esse texto é para você, que quer uma ajudinha para trazer novas camadas à sua história e, quem sabe, até transformar o seu vilão em uma das peças centrais da trama.

O Tirano

Para ele, ordem e poder são mais importantes do que liberdade ou compaixão. Esse é o vilão que precisa de controle absoluto. Ele se vê como o melhor líder possível e não aceita ser desafiado. O tirano é movido pelo medo de perder sua posição, seu império, seu poder. Pense em vilões como Darth Vader, que ocupam alta posição hierárquica e são implacáveis em suas ações, mesmo que elas causem destruição. Ao escrever um tirano, lembre-se: o poder corrompe, e quanto mais ele tem, mais ele teme perder.

O Fanático

Esse vilão é movido por uma crença inabalável de que seus atos são justificados por uma causa maior. Ele acredita que está fazendo o bem, mesmo que isso signifique sacrificar milhares. O fanático vê o mundo em preto e branco, e sua missão é purificar ou salvar a humanidade, a qualquer custo. Thanos, dos Vingadores, é um ótimo exemplo: ele realmente acha que está equilibrando o universo ao eliminar metade da vida. E se você acredita nisso também, então o vilão foi bem construído. Porque escrever um fanático exige que você entenda suas motivações mais profundas e faça com que sua crença seja tão forte que leve o próprio leitor a se questionar se aquilo não é certo.

E se você agora tá me xingando dizendo que o Thanos também é um tirano, entenda que vilões podem se encaixar em mais de uma categoria. Nesse caso, o que vai definir sua característica principal é a motivação. O Thanos não age por poder, mas por crença.

O Manipulador

Diferente do tirano, o manipulador opera nas sombras. Ele raramente se coloca na linha de frente. Em vez disso, manipula as situações e as pessoas para alcançar seus objetivos. Seu poder está na inteligência, na capacidade de prever os movimentos dos outros e controlá-los como peças de xadrez. Um exemplo clássico é Lorde Petyr Baelish, o Littlefinger de Game of Thrones, um mestre em usar a ambição dos outros contra eles. Ao criar um manipulador, foque na sutileza. Suas ações nem sempre precisam ser vistas de imediato, mas o impacto pode ser devastador quando finalmente revelado.

O Monstro

Ao contrário dos outros vilões que mencionamos, o monstro não precisa de uma motivação complexa ou de um passado trágico. Muitas vezes, ele simplesmente representa o caos, o medo primordial ou a maldade pura. Pode ser uma criatura literal ou alguém cuja humanidade foi corrompida a ponto de se tornar quase irreconhecível. O Coringa, por exemplo, é o monstro da psicose e da anarquia, sem interesse em regras ou moralidade. Quando você escreve um vilão assim, pense naquilo que aterroriza o seu herói. O monstro é a personificação desse medo, e é muito comum que ele seja a antítese do seu protagonista.

O Relutante

Esse tipo é fascinante porque ele não quer, necessariamente, ser um vilão. Ele se vê forçado pelas circunstâncias, pelo destino ou até por um senso distorcido de dever. O interessante aqui é que o público pode sentir empatia por ele, porque ele não é completamente mau – mas suas ações acabam colocando-o contra o herói. Gollum, de O Senhor dos Anéis, é um exemplo perfeito. Ele é trágico, dividido entre o desejo pelo Anel e a parte de si que ainda quer ser boa. Ao criar um vilão relutante, explore essa tensão interna: o que ele deseja versus o que o impede de alcançar isso de forma honrosa?

O Traidor

Este vilão é, na verdade, um aliado – até que, em algum momento, ele vira a casaca. A traição pode vir de diversos lugares: ganância, ciúme, medo ou a busca por poder. O impacto desse vilão vem da surpresa e da quebra de confiança. Pense em Lando Calrissian, que trai Han Solo em Star Wars. O traidor é um lembrete de que os vilões podem surgir de qualquer lugar, e a tensão dramática é intensificada quando quem você confiava se torna a maior ameaça. Para escrever um bom traidor, o segredo está em construir uma relação sólida antes da traição, para que o impacto seja maior.

O Cientista Louco

Aqui, a motivação principal é a curiosidade e a busca por ultrapassar os limites da ciência e da moralidade. Esse vilão acredita que o conhecimento e a descoberta justificam qualquer meio, mesmo os mais cruéis. O Dr. Victor Frankenstein, que cria vida a partir de cadáveres, é um excelente exemplo. Ele não começa com intenções malignas, mas sua obsessão pela ciência o leva a consequências desastrosas. Para esse tipo de vilão, o perigo vem da falta de limites. Ao escrevê-lo, pense em como ele justifica suas ações em nome do progresso, sem considerar as ramificações éticas.

O Trágico

Esse é um dos mais amados, porque, no fundo, ele não começou como vilão. Muitas vezes, suas ações são motivadas por dor, perda ou uma injustiça que sofreu. Ele acredita que o mundo o traiu, e sua resposta é a vingança ou a tentativa de corrigir o que considera um erro. Magneto, dos X-Men, é um exemplo clássico – um sobrevivente do Holocausto que acredita que a única maneira de proteger os mutantes é eliminar os humanos que os ameaçam. Quando você escreve um vilão trágico, foque na sua história de origem. O que o transformou? Esse passado o faz parecer humano, e isso pode criar uma conexão emocional com o público, mesmo que eles não concordem com suas ações.

O Mercenário

Esse vilão não se importa com o bem ou o mal – ele se importa apenas com o que lhe trará lucro ou poder. Ele é um oportunista, disposto a mudar de lado se isso for mais vantajoso para ele. O Boba Fett original, de Star Wars, é um exemplo icônico. O mercenário é movido por interesses egoístas, o que o torna imprevisível e, às vezes, mais perigoso do que vilões com motivações claras. Escrever um mercenário é explorar essa ambiguidade moral: ele pode até ajudar os heróis em um momento, se isso trouxer algum ganho para ele. O que importa é que ele sempre escolhe o que é melhor para si.

O Psicopata

Esse vilão é completamente desprovido de empatia. Ele age puramente por interesses próprios, sem qualquer consideração pelas consequências de seus atos para com os outros. Patrick Bateman, de Psicopata Americano, é um bom exemplo desse tipo de vilão – alguém que está além da moralidade e que vê outras pessoas como ferramentas ou obstáculos para seus objetivos. O psicopata é assustador porque ele é imprevisível, e sua ausência de sentimentos o torna perigoso. Ao escrever um vilão assim, lembre-se de que ele não precisa de justificativas complexas. Sua crueldade pode ser simplesmente uma parte de quem ele é.

O Desiludido

Esse é um vilão que, em algum momento, acreditou na causa dos heróis. Ele lutou ao lado deles, compartilhou seus ideais, mas algo aconteceu para quebrar essa fé. A gente começou com Darth Vader, então vamos terminar com Anakin Skywalker, um excelente exemplo desse arquétipo. Ele é muito parecido com o vilão trágico, mas a diferença é que, em algum momento, acreditou na verdade dos heróis e lutou ao lado deles. O Desiludido traz uma complexidade emocional interessante, porque suas ações podem ter uma base de verdade. Ao escrevê-lo, explore a jornada que o levou da crença à desilusão, porque é esse arco que dá profundidade ao personagem.

Uau! Nosso panteão de vilões está finalmente completo. Mas esses não são todos os tipos que existem, claro. Agora é com você: escolher o seu vilão e escrever uma história incrível.

Tchau!

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